Descrição
A tradição escolar republicana, cuja expressão fora anunciada logo nos dias seguintes à Revolução Francesa por Concorcet e Sain Fargeau, imaginava que a instrução pública e a educação nacional poderiam criar um “povo”: o corpo político da Nação “una e indivisível”, e que ler, escrever e contar representavam os instrumentos básicos que possibilitavam a intervenção popular na cidade. Já a república, no Brasil, ao carecer de um projeto propriamente “nacional” e em função de ter cedido às injunções dos interesses das elites provinciais, simplesmente não precisou do… “povo”! E, assim, praticamente dispensou a escola como instrumento republicano por excelência: estranha “república”, formada de republicanos envergonhados do povo, de liberais de fechada, de democratas autoritários, de cidadãos sem cidade. O resultado foi um amplo e profundo programa de exclusão social que perdura até hoje.
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