Descrição
Eis a 2a. edição de O pensamento burguês no Seminário de Olinda: 1800-1836. O texto corresponde à versão original de tese de doutorado, defendida em 1991 na Faculdade de Educação/UNICAMP e orientada pelo Prof. Dr. Dermeval Saviani. Apesar das dificuldades de distribuição que cercearam o acesso à 1a. edição, tive a satisfação de ver esse livro tornar-se uma requisitada referência para o estudo das origens da escola moderna no Brasil. Em especial, ele contribui para a compreensão histórica dos colégios-seminários pombalinos, estabelecimentos escolares saídos das reformas da instrução pública ocorridas em Portugal após a expulsão dos jesuítas, em 1759. O colégio-seminário pombalino teve notável participação no processo de modernização burguesa do reino, pois foi concebido, também, para realizar a função decisiva de preparar quadros, no interior do clero católico, visando levantar as riquezas naturais do reino, condição prévia de seu aproveitamento econômico. Acentue-se que, sob esse aspecto, esse tipo de escola ganhava destaque no Brasil, o território mais rico em recursos minerais, da flora e da fauna de todo o império colonial lusitano. Daí a relevância de que se reveste a investigação das unidades escolares que, aqui, floresceram durante o período. Dentre elas, três não podem deixar de ser nomeadas: o Colégio Franciscano de Santo Antonio, no Rio de Janeiro, o Seminário de Mariana e o Seminário de Olinda, objeto deste livro. Concebida pelo Bispo D. José Joaquim de Azeredo Coutinho, a escola pernambucana pode ser reconhecida como a mais arrojada dentre as suas similares, tanto pela intencionalidade e clareza de seu projeto político quanto pela expressiva presença das ciências modernas em seu plano de estudos. Além de ensejar o envolvimento progressivo com o estudo das origens da escola moderna no Brasil, a pesquisa em referência motivou-me muito, também, pela riqueza dos documentos originais e das fontes clássicas do período. Como resultado, a sua realização contribuiu, em grande parte, para solidificar a direção de meus trabalhos de pesquisa, dirigida ao entendimento do processo de produção material dessa instituição social. Para esta 2a. edição foi realizada a revisão do texto. Essa iniciativa não visou, propriamente, inserir alterações profundas em quaisquer das partes do livro, mas sim, eliminar pequenas incorreções e aperfeiçoar, quanto à clareza, algumas passagens. Devo registrar o estímulo de colegas de todo o Brasil que não deixaram esmorecer a idéia de uma reedição da obra, viabilizada agora por co-edição entre a Autores Associados e a Editora UFMS, o que promete distribuição eficaz. Por fim, os agradecimentos dirigidos a todos que, comigo, têm procurado estabelecer intercâmbio sistemático acerca da escola moderna. A troca de informações não tem sido só estimulante, mas tem revelado ser, sobretudo, um instrumento privilegiado de aprimoramento dos resultados das análises. Espero que a reedição de O pensamento burguês no Seminário de Olinda: 1800-1836 seja mais um estímulo ao estreitamento desse intercâmbio.
Campo Grande, MS, maio de 2001
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