Descrição
Como é que eu vivi e sigo vivendo a minha vida em minhas relações com os seres vivos com que interajo, com a natureza de que sou parte e em que vivo? Ao longo de meus anos, algo se transformou em minhas maneiras de sentir, pensar e viver isto a que damos o nome de meio ambiente? (…) Outros capítulos de O vôo da arara-azul percorrem trilhas que vão da antropologia à ecologia. Como? Eles procuram pensar quem é este estranho ser que a si mesmo deu o nome de Homo sapiens a partir de algumas diferenças entre nós e outros seres da vida. O que há em nós, em nossa natureza, que nos impele a gestos tão intensos de amor, de solidariedade, de reciprocidade? O que há em nós que nos leva ora a guerras tão absurdas, a um mundo que ingressa em seu “terceiro milênio” (pelo menos para ocidentais e cristãos) ainda tão dividido, tão expropriador, tão pragmaticamente utilitário, tão injusto para com tantas pessoas e tão ameaçador para com toda a vida na Terra? (…) Quando o último capítulo deste livro foi escrito, alguns anos atrás, havia ainda uma última livre, voando entre árvores das margens do Rio São Francisco. Hoje nem sei mais se ela está lá viva e livre. Existem várias, aprisionadas um dia, vendidas a alto preço, levadas para longe, presas em viveiros como um símbolo ainda vivo e azul do que podemos fazer quando achamos que um pouco de ilusória alegria a mais em nossas vidas vale a liberdade e a felicidade de outros seres. Seres da vida, como nós.
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